A FUNDIFRAN REALIZOU ENCONTRO DE AVALIAÇÃO DO PROJETO DE ATER - NÚCLEO BOM JESUS DA LAPA

Depois de mais de 3 anos de trabalho, o Núcleo de Assistência Técnica de Bom Jesus da Lapa da FUNDIFRAN, realizou Encontro de Avaliação do Projeto, envolvendo beneficiários/as e parceiros/as. O evento aconteceu no CTL de Bom Jesus da Lapa, no dia 5 de junho de 2019 e contou com a participação de representantes dos municípios de Bom Jesus da Lapa, Paratinga, Sítio do Mato e Serra do Ramalho.

Claudinéia Santana, Assessora Pedagógica da equipe, abriu espaço para apresentação dos/as participantes e centralizou sua fala, no detalhamento do processo de execução das metas do contrato n. 048-15, Lote 37, para atender 720 famílias dos municípios de Bom Jesus da Lapa (243 famílias), Serra do Ramalho (121 famílias), Sítio do Mato (80 famílias) e Paratinga (252 famílias). Devido a desistências no decorrer do contrato, até o final do projeto, a FUNDIFRAN atendeu um total de 694 famílias.

“Das metas pré-fixadas, a FUNDIFRAN realizou 04 reuniões de articulação com parceiros, das 04 previstas; realizou 24 reuniões de mobilização e seleção das famílias, das 24 previstas; realizou 720 diagnósticos das Unidades de Produção Familiar (UPF), das 720 previstas; realizou 24 diagnósticos comunitários, dos 24 previstos; realizou 548 levantamentos para a regularização ambiental, dos 592 previstos; realizou 685 visitas técnicas de 4 hs (substituídas pelos levantamentos para regularização fundiária), das 720 previstas; concluiu 647 atualização de diagnósticos das UPFs, dos 720 previstos; realizou 24 encontros de avaliação e planejamento anual no final do ano II, dos 24 previstos e realizou 01 encontro de avaliação final do projeto, como previsto”, lembrou Claudinéia.

Durantes esses anos, a FUNDIFRAN realizou também muitas atividades formativas, tais como: palestras, cursos, oficinas, dias de campo e intercâmbios. “Realizamos atividades voltadas para a produção agroecológica sustentável; para criação e manejo de aves caipira; para o beneficiamento de frutas; para apicultura; sobre segurança alimentar e nutricional; sobre alimentação e sanidade animal; sobre associativismo; sobre formação de grupos produtivos; sobre gestão de empreendimento e formação de preços; sobre produção de marcas e rótulos de produtos da agricultura familiar; sobre produção de mandioca no semiárido; debates sobre políticas públicas para a agricultura familiar; sobre criação e manejo da caprinovinocultura; sobre derivados de mandioca e gestão de conflitos”, ressaltou Claudinéia.

Dentre tantos resultados, foi apresentado as ações executadas extra-metas, como por exemplo: 1) a elaboração e acompanhamento de 138 projetos de fomento-mulher, para beneficiárias do contrato, perfazendo um valor total de R$331.200,00; 2) a implementação de 09 unidades demonstrativas de mandioca, beneficiando as localidades de Morro de Fora e Morro Solteiro – em Paratinga, Mossorongo, Alto do Barreiro Grande, Cotovelo e Baixa da Cisterna – em Bom Jesus da Lapa, agrovila 13 – em Serra do Ramalho e Pajeú e Lagoa da raposa – em sítio do mato; 3) a formação de 06 grupos produtivos de mulheres, sendo 04 de produção de hortaliças, 01 de produção de hortaliças e doces e 01 de beneficiamento de frutas; 4) ampliação da cadeia produtiva da apicultura, com formação de 02 novos grupos de apicultores em Serra do Ramalho e 01 em Paratinga; elaboração do projeto de caprinovinocultura para a agrovila 13 – em Serra do Ramalho, no valor de 249.000,00, o apoio na elaboração de projeto da agroindustria em Mossorongo – em Bom Jesus da Lapa no valor inicial de 43.000,00 e elaboração de 176 propostas de acesso a crédito, com um valor total aproximado de R$800.000,00; entrega de mais de 400.000 mudas de palma, com parceria da SUAF/SDR/RODA, entregues nos quatro municípios atendidos pelo contrato; o apoio na atualização de 09 estatutos sociais das associações comunitárias, a constituição de 01 nova associação e elaboração de 05 regimentos internos de grupos produtivos.

Além fortalecer as cadeiras produtivos da apicultura, fruticultura, bovinocultura de leite, mandiocultura, avicultura e horticultura, a equipe da FUNDIFRAN conseguiu parcerias importantes para implementar algumas ações, tais como: 01 comunidade contemplada com poço artesiano comunitário – em Paratinga, 10 cisternas de produção – em Sítio do Mato, parceria com a ASA e STTR, adesão de 346 famílias ao Garantia Safra, elaboração de 03 propostas do PNAE (Quixaba, Carapina e Mossorongo), elaboração de 01 PAA Municipal (Mossorongo) e acesso ao mercado local.

Dermeval Gervásio de Oliveira, Diretor Operacional da FUNDIFRAN, reforçou que a equipe de ATER de Bom Jesus da Lapa, apesar das dificuldades, conseguiu alcançar importantes resultados. Lembrou que sem as parcerias do SETAF Velho Chico, através de pessoas como Messias, Ivani e servidores, a FUNDIFRAN não teria chegado onde chegou.

“Gostaria de agradecer também as Secretarias de Agricultura dos Municípios, Conselhos de Desenvolvimento Rural, STTRs, SEBRAE/SENAI etc., todos contribuíram para o bom andamento das atividades. Esse contrato é uma primeira experiência de ATER que o Governo do Estado realiza com as entidades, acredito que nos próprios editais, muitas dificuldades serão resolvidas. Assim é preciso avaliar não só os resultados positivos, mas também alguns desafios, por exemplo: 1) a DAP não deveria ser condição para participar do projeto, mas sim um resultado; 2) limitar as visitas para atender os grupos, atribuindo uma quantidade de horas por família, limita o trabalho dos técnicos, de outra forma, limita o andamento das ações de ATER; 3) o formato do contrato é muito complicado, principalmente com relação a contração da equipe. Enquanto a FUNDIFRAN contratou a equipe técnica com base na CLT, o Estado repassa recursos com base na produção de metas; 4) o processo de acompanhamento dos fiscais dificultou, em alguns momentos, a execução das atividades, principalmente porque cada fiscal orienta de uma forma e faltou um pouco de nivelamento das informações repassadas para as equipes; e 5) o atraso no repasse dos recursos para as entidades, tem sido um grande gargalo do projeto”, ressaltou Dermeval.

DEPOIMENTOS DE PARTICIPANTES E PARCEIROS

“Nesses últimos anos, as comunidades tiveram bons resultados: a implementação de projetos voltados para o manejo de palma, implementação de projetos de avicultura, elaboração de CEFIR. É importante que esse trabalho continue com apoio do Governo do Estado”. (Silvana, técnica da FUNDIFRAN)

“É motivo de alegria ver as orientações da equipe da FUNDIFRAN sendo seguidas pelos agricultores/as. A assistência técnica deve ser uma prioridade dos governos. Potencialidades existem em todas as comunidades, mas os agricultores precisam enxergar isso”, lembrou Orlando Rosa, técnico da FUNDIFRAN que trabalhou em Paratinga.

“A aprovação de projetos para o programa PAA na comunidade de Quixaba, o fortalecimento de cadeias produtivas da apicultura e da horticultura, em minha opinião, são os principais resultados que posso destacar”. (Josué, Técnico da FUNDIFRAN)

“Em Serra do Ramalho tivemos avanços em diversas áreas, mas é possível dar um destaque para a avicultura e o acesso ao crédito (Agroamigo)”. (Antônio Magalhães, técnico que trabalhou em Serra do Ramalho)

Ivani, do SETAF Velho Chico, informou que “é importante fazer uma reflexão sobre como os agricultores tem percebido o processo de Assistência Técnica no Território. Em muitas reuniões, os agricultores só participavam se o tema fosse crédito. Recurso é apenas uma consequência do processo de mobilização e organização dos agricultores. Outro ponto importante do projeto foi que a proposta garantiu a participação de jovens e mulheres”.

“Só tenho a agradecer a oportunidade que Sítio do Mato teve. É um dos municípios mais carentes, que dispõe de mais assentamento e agricultores familiares do Território. Com o trabalho da FUNDIFRAN, houve o atendimento aos agricultores para produzir e se desenvolver melhor. Hoje estão produzindo e vendendo para prefeitura, na comunidade e nos mercados locais. O Sindicato está pronto para apoiar a continuidade do projeto da FUNDIFRAN, inclusive acrescentando outras famílias”. (Cleuza, representante do STTR de Sítio do Mato)

Darci, agricultora de Sítio do Mato, destacou: “minha vida mudou da água pro vinho, graças ao trabalho da FUNDIFRAN. Hoje faço requeijão, vendo leite e hortaliças”.

“A gente conseguiu alguns bons resultados através da Assistência Técnica da equipe da FUNDIFRAN. Conseguimos crédito-fomento, aprovamos PAA e melhoramos a produção. Foi tudo muito bom pra gente e valeu muito a pena esse período. Gostaríamos de agradecer os técnicos da FUNDIFRAN que acompanhou a gente. Estamos lá pra receber a equipe e pra dar continuidade aos trabalhos. Esperamos por isso”. (Eulindo, da Associação da Agrovila 22, em Serra do Ramalho).

“O apoio da FUNDIFRAN me ajudou na produção na apicultura. Comecei com poucas colmeias, hoje tenho mais de 70 unidades. Crio abelhas porque acredito que o sertanejo tem que inventar de tudo e trabalhar com muitas atividades para se desenvolver. Só estou triste com a conclusão dos contratos dos técnicos”. (Ananias, agricultor da Agrovila 13, Serra do Ramalho)

“Gostaria de agradecer a parceria da FUNDIFRAN com as famílias assistidas nas Agrovilas 13 e 22. Tenho conhecimento que foram bem assistidas pelos técnicos da entidade. Gostaria de agradecer também a Bahiater, aos produtores rurais, sem vocês o trabalho não existiria” (Erlando, Secretário de Agricultura de Serra do Ramalho)

“A ausência dos técnicos da FUNDIFRAN vai fazer muita falta. Senão fossem a equipe da FUNDIFRAN, não teríamos avanços na produção e na comercialização (PAA). A Secretaria Municipal de Agricultura de Paratinga, através da pessoa de Orlandinho, também deu força pra gente”. (Aparecida Rosa, agricultora, Paratinga)

“Quando os agricultores estavam começando a gostar da Assistência Técnica, o convênio acaba. Esperamos que os parceiros possam lutar para que o projeto continue. Gostaria de agradecer essa parceria importante com a FUNDIFRAN. Somos parceiros da entidade desde muitos anos. Antigamente não existia ATER em Paratinga, existia visitas pontuais. Eu sou prova do que a ATER dá certo, hoje da pra ver as associações produzindo, mulheres produzindo, famílias avançando. Hoje vejo jovens desenvolvendo a atividade da apicultura. Agora, só em Paratinga existem mais de 7000 famílias de agricultores familiares, o projeto atendeu uma pequena parte disso, ou seja, não conseguiu atender a demanda real. O Governo do Estado precisa ampliar o atendimento das famílias”. (Lourivaldo, Diretor do STTR de Paratinga)

“A FUNDIFRAN foi uma escola de vida pra mim, inclusive já trabalhei em diversos projetos da entidade. Desde os primeiros projetos, nunca deixei de ser técnico de campo, de estar trabalhando com ATER nas comunidades. E foi graças a essa minha profissão que pude assumir a Secretaria de Agricultura de Paratinga. Hoje em Paratinga tem comunidades que produzem tudo, outras não produzem nada. Os agricultores precisam de formação e precisam aprender a reconhecer suas potencialidades. É preciso também fazer um chamamento aos prefeitos e demais órgãos responsáveis para que projetos como esse da FUNDIFRAN possam ser continuados. O Governo do Estado precisa atender mais famílias, já que a demanda é muito grande. Precisamos de mais editais”. (Orlandinho, Secretário de Agricultura de Paratinga)

“Não esqueçam de Bom Jesus da Lapa. No próximo projeto queremos continuar sendo parceiros da FUNDIFRAN”. (Adalberto, agricultor de Bom Jesus da Lapa)

“Hoje a gente trabalha com apicultura e mandiocultura. A gente produz para o PAA, mas queremos chegar ao mercado local. Tudo que avançamos foi graças ao trabalho dos técnicos da FUNDIFRAN, eles nos ajudaram nessa caminhada”. (Rosângela, agricultora de Mossorongo, Bom Jesus da Lapa)

“Estamos vivendo um momento não muito bom no país. A gente precisa abrir a cabeça dos agricultores para essa realidade. Estamos perdendo as políticas públicas, PAA, Garantia Safra e muitas outras políticas sociais. Como esse é um momento de avaliação, é importante destacar o que aconteceu no início do projeto, principalmente nas reuniões de mobilização. Nos momentos de apresentação do projeto da FUNDIFRAN nas comunidades, tentei fazer uma fala nesse sentido, mas não tive espaço. Sei que os agricultores atendidos pela FUNDIFRAN tem muitas coisas boas a dizer, mas preciso lembrar desses pontos. Também é bom lembrar que o projeto não atendeu a um grande número de famílias”. (Marcos Aiala, Secretário de Agricultura de Bom Jesus da Lapa)

“O BNB conseguiu atender muitos agricultores acompanhados pela FUNDIFRAN neste contrato. O crédito ajudou muito, mas as pessoas precisam se organizar para se desenvolver. Não devemos focar apenas no crédito”. (Edcarlos, representante do BNB, Bom Jesus da Lapa)

“Quero registrar o quanto a ATER faz diferença. Precisamos produzir mais e a ATER pode contribuir muito. Convivi com a equipe da FUNDIFRAN nesses últimos anos, acompanhei as dificuldades e projetos desenvolvidos pela equipe. Gostaria de parabenizar o trabalho da FUNDIFRAN e toda a sua equipe”. (Messias, diretor do SETAF, Bom Jesus da Lapa)

"Tive que me afastar para licença maternidade, mas pude coordenar o trabalho do Núcleo de ATER de Bom Jesus da Lapa por mais de 2 anos. Acompanhei muitos resultados e avanços nas comunidades. Gostaria de parabenizar a FUNDIFRAN, parceiros e toda a equipe técnica". (Raíssa, Coordenadora Geral da Equipe de Bom Jesus da Lapa)

Cléber Eduão, assessor de projetos da FUNDIFRAN, parabenizou a todos/as e lembrou que no processo de execução do contrato, houve altos e baixos e que a equipe de técnicos/as se dedicou o máximo para atingir as metas do projeto. Ao tempo que ressaltou o apoio do Governo do Estado, através da SDR/BAHIATER, lembrou que o atraso no repasse de recursos para a entidade tem sido uma dificuldade.